segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"(...) Se se agarrar à natureza, ao que ela tem de simples, à miudeza que quase ninguém vê e que tão inesperadamente se pode tornar grande e incomensurável; se possuir este amor ao insignificante; se procurar singelamente ganhar como um servidor a confiança daquilo que parece pobre — então tudo se lhe há de tornar fácil, harmonioso e, por assim dizer, reconciliador, — não talvez no intelecto, que ficará atrás espantado, mas sim na sua mais í­ntima consciência, que vigia e sabe. (...) ter paciência com tudo o que há para resolver em seu coração e procurar amar as próprias perguntas como quartos fechados ou livros escritos num idioma muito estrangeiro. Não busque por enquanto respostas que não lhe podem ser dadas, porque não as poderia viver. Pois se trata precisamente de viver tudo. Viva por enquanto as perguntas. Talvez depois, aos poucos, sem que o perceba, num dia longí­nquo, consiga viver a resposta."
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(Rainer Maria Rilke. In: Cartas a um jovem poeta)
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