domingo, 28 de dezembro de 2008





















" Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a
alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando
ciclos, fechando portas, terminando capítulos — não importa o nome que damos,
o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando
tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará:
não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se
sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia
uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As
coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas
marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que
devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu
gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e
assistir sempre ao mesmo programa.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba,
mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira (...)
"


Paulo Coelho
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3 comentários:

  1. Encerrar ciclos, deixar o passado no passado, tentar esquecer histórias, abandonar possibilidades impossíveis, parar de tentar, aceitar o 'não dá'. Olhar e ver o ano novinho em folha vindo em nossa direção, e imaginar novas histórias, novos amores, novas possibilidades, novos lugares, sentimentos, cores, músicas, pessoas, abraços, poesias, etc.

    É tão difícil encerrar ciclos. Mesmo que o novo seja bonito e colorido.

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  2. "O passado não reconhece
    o seu lugar:
    está sempre
    presente"

    (Mario Quintana)

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  3. "Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio.
    E morbidamente talvez enumeres todas as vezes
    que a loucura, a morte, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos.

    Serão tantas que desistirás de contar.

    Então fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam...

    Caio F.

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