sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
*
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
*
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
*
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura
(Maiakovski)

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