terça-feira, 2 de junho de 2009

 Saudades! Sim... Talvez... E porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até a morte.
Deslumbrar-me de luz o coração!
*
Esquecer! Para quê?...
Ah! Como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
*
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
*
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
*
(Florbela Espanca)

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