quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Por muito tempo

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

Um comentário:

  1. O LANCE É ASSIM...

    Compreendi os seus apelos
    (ainda que cheios de dedos)
    para que eu ficasse
    no meio passo,
    falasse manso.

    Mas, por instito,
    talvez...
    Contei até três
    e desperdicei meu último
    sorriso sonso.

    São coisas da vida
    em corda bamba,
    com uma imensa balança
    medindo
    o medo e a coragem
    de desafiar
    o obscuro.

    Cada um ama como pode.
    Você ama com receios,
    eu vivo em meio aos tiroteios.

    Cada dia enfrento o terror
    de temer acender a luz
    para iluminar
    as alternativas
    quase impossíveis.

    BEIJOS...


    Bom fim de semana!

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