domingo, 17 de julho de 2011

Poesia

 Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

(Carlos Drummond de Andrade - Alguma poesia)

4 comentários:

  1. O Prazer em Perspectiva: a Esperança.
    A esperança é filha do desejo, mas não é o desejo.
    Constitui uma aptidão mental, que nos fez crer na realização de um desejo.
    Podemos desejar uma coisa sem que a esperemos. Toda gente deseja a fortuna, muito poucos a esperam.
    Os sábios desejam descobrir a causa primitiva dos fenômenos; eles não têm nenhuma esperança de consegui-lo.
    O desejo aproxima-se algumas vezes da esperança, a ponto de confundir-se com ela.
    Na roleta, eu desejo e espero ganhar.
    A esperança é uma forma de prazer em expectativa que, na sua atual fase de espera, constitui uma satisfação freqüentemente maior do que o contentamento produzido pela sua realização.
    A razão é evidente.
    O prazer realizado limita-se em quantidade e em duração, ao passo que nada limita a grandeza do sonho criado pela esperança.
    A força e o encanto da esperança consistem em conter todas as possibilidades de prazer.
    Ela constitui uma espécie de vara mágica que transforma tudo.
    Os reformadores nunca fizeram mais do que substituir uma esperança por outra.

    Gustave Le Bon, in "As Opiniões e as Crenças"

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  2. A Liberdade de Escolha
    Realmente, se um dia de facto se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exacta - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo.

    Pois quem aceitaria escolher por regras? Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do gênero; o que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão?

    Fiodor Dostoievski, in "Cadernos do Subterrâneo"

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  3. PS: Dani minha querida!

    Meu Carinho, meu Afeto, minha Admiração e meu Amor

    Beijos, Beijos e mais Beijos

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  4. Que lindo esse poema! Uma descrição perfeita de que nem sempre se é possível expor o mundo de emoções que corre dentro de nós e ainda sim é possível "cantar" palavras no que acontece...
    Tb gostei das palavras citadas pelo Armando... PARA MIM o homem foi criado para simplesmente amar... se não, seria realmente uma peça num orgão...

    Saudades...
    Bjos Dani querida!

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