domingo, 30 de janeiro de 2011

Triste constatação!


O homem comum não tem fantasia suficiente para imaginar o mundo diferente do que ele é. Ele aceita as condições da existência, conforma-se em viver uma vida limitada a sessenta ou setenta anos e depois desaparecer. Queixar-se sobre o estado das coisas seria histeria. Chamar a vida de mistério seria loucura. Pois tudo segue as leis da natureza. A realidade como uma única e contínua “lei da natureza”!
E de resto está tudo na mais perfeita ordem. Os vasos de flores estão no peitoril das janelas, as crianças dormem, e a Terra gira em volta do Sol.
Como se essas leis da natureza não fossem “misteriosas”.
Para o homem comum, elas não o são absolutamente. Para ele, as leis da natureza são uma extensão lógica das leis da família e da sociedade. Assim como a polícia patrulha as ruas, a ciência mantém a lei e a ordem da razão. E se em algum momento alguma coisa não estiver em ordem, resta então como última instância a razão rasteira dos reverendos.
O homem comum quer ter conforto. Quer comer e beber até não poder mais, por toda sua vida. É como um tubo pelo qual a vida passa, até que um dia ele se vira de costas e, farto da vida, entrega seu espírito.

(“O Pássaro Raro”, Jostein Gaarder)

Um comentário:

  1. Um homem comum não merece uma menina linda como você!
    Por isso tenho me esforçado tanto!!!
    Ainda espero!

    ResponderExcluir