quinta-feira, 3 de março de 2011

Tão sutilmente...

Tão sutilmente em tantos breves anos
Foram se trocando sobre os muros
Mais que desigualdades, semelhanças
que aos poucos dois são um, sem que, no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
O filho que se faz, uma arvore plantada,
O tempo gotejando no telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
O pó de um cotidiano desencanto..
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
Que uma em outra pode se trocar,
Sem que alguém de fora o percebesse nunca.

(Lya Luft)

2 comentários:

  1. (...) Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
    Que uma em outra pode se trocar,
    Sem que alguém de fora o percebesse nunca.

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  2. Oi Caniela,

    ...percebo que... enfim, meu irmão mais velho é sagitariano, ascendente em sagitário, com lua em sagitário. Talvez por isso reconheço a tessitura das suas palavras. Um amor.
    Beijos,

    Gustavo

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