sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sinto Saudades...

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
(Clarice Lispector)

PS: Armandito... Este pensamento me caiu como luva...
Que SAUDADE sinto da minha mãe, da minha infância, da minha vida!!!
Amo Você!!!!!
Obrigada por tudo meu querido!!!!!!

2 comentários:

  1. Quando começar o frio, dentro de nós
    Tudo em volta parece tão quieto
    Tudo em volta não parece perto
    Toda volta parece o mais certo
    Certo é estar perto sem estar
    Perto de você, sou tão perto de você, sou tão perto de você

    Quando o tempo não passar, dentro de nós
    Cada hora é como uma semana
    Cada novo alô é mais bacana
    Cada carta que eu nunca recebo
    É sempre um motivo pra lembrar
    Sou tão perto de você

    Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...

    Quando alguém se machuca, dentro de nós
    Toda culpa parece resposta
    Nossa busca não parece nossa
    Nosso dia já não tem mais festa
    Não tem pressa nem onde chegar
    Sou tão perto de você

    Quando a paz se anunciar, dentro de nós
    É porque aquilo que nos cega, mostra um outro lado pra moeda
    Que não paga as coisas do meu peito
    O preço é me fazer acreditar
    Sou tão perto de você

    Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe

    Quando a música acabar, dentro de nós...
    (O Teatro Mágico)

    AMO VC!

    Beijos

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  2. Eu sinto falta de alguém que me fez ver que todas as coisas que eu gostava na minha infância não eram bobagem por serem diferentes, saudades dessa pessoa que não sei por onde anda, nem como está, mas que fortaleceu minha personalidade. É claro que é mais fácil lembrar de ti do que você de mim, tive poucos professores e você muitos alunos, mas ficaria imensamente feliz se um dia pudesse reencontrá-la novamente. Um grande beijo de sua eterna aluna admiradora, Ionah dos Santos

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